sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A capacidade de

A impressão que tenho é que vivo os anos que ainda não tenho. Como se a sabedoria perturbada da velhice me acompanhasse nesse corpo de menina frágil.

Uma pureza de espírito que é impedida pela limitação da matéria, do corpo, da vida como ser, Humano.
É como se na minha cabeça eu já soubesse todas as maravilhas e possibilidades de voar, enquanto meu corpo ainda permanecesse caminhando e caminhando sem mensuras dos riscos do vôo.

Toda essa inerte contradição chega a impedir que toda essa reflexão se torne compartilhada. Como explicar um raciocínio tão rápido quando se tem uma língua que não consegue falar? Isso gera incompreensão, confusão e recortes de pensamentos para aqueles que atentamente ouvem e conseguem equilibrar o corpo e a mente.

Angústia, como se já soubesse somar e subtrair quando todos ainda estão descobrindo os números e  eu tentasse desesperadamente ensiná-los, mas fosse muda. Aos olhos de todos é como se eu nada soubesse.
Ainda não sei como agir, como falar, ensinar.

Quanto mais eu reflito menos sou capaz de agir. Mais sabedoria, mais assustador parece a vida.
Acredito que por isso insisto na arte. Expressão, corpo em movimento.
Arte que me permita dizer, sentir.
Precisando fazer arte...

domingo, 31 de julho de 2011

Os dias...





Dias de ceticismo.
Puro temor, crises intermináveis de consciência. Dias de horror, dias de compaixão. Entre um e outro nenhuma pausa...Momentos de loucura,desespero, a incerteza ronda os bons sonos,a angústia substitui o ar que antes mantinha vivo o corpo.É um desejo de sentido que toma ,uma prece.


Instantes de alegria...
Euforia,liberdade!
Efêmeras.
O tempo suficiente da ilusão.



De todos
Esses,
os dias de completa inexpressão de vida,
são os piores.

São dias de nada, onde nenhuma solução existe, nenhuma luz no fim do túnel, nem os piores sentimentos assolam a mente e o corpo. São os mais pavorosos dias que se pode viver, ou existir, ou sobreviver.
Depois, quando se volta de qualquer que seja esse lugar do nada, os dias de temor não parecem tão ruins, pois o temor te leva a crer. Os dias de consciência não são tão longos porque fazem você ter esperança.
Os dias de horror fazem você querer a beleza- não a beleza do sistema, mas a beleza das coisas- as simples. Compaixão diz á você que nem tudo está perdido. A loucura trás a realidade, a incerteza move o mundo e te faz vivo. A angústia só existe em quem é bom. A alegria precisa da tristeza, a liberdade da repressão.

E o desejo, o desejo é o desejo.

Somente os dias de inexpressão são realmente perigosos. Nem vida nem morte. Perder o medo se torna terrivelmente desastroso. São dias em que não se espera, não se respira, não se revolta, não se alegra, não se vive, nem o medo de viver ou morrer pode salvar o que restou.

Dias em que se perde o medo das picadas de abelhas.







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terça-feira, 5 de julho de 2011

O que faz um ator ser ator ! ?



Começo dizendo que não acredito em fórmulas e conceitos prontos, que não acredito em uma resposta universal para tal questão e que nem mesmo acredito que esta tenha que ter mesmo uma resposta, por isso, tudo que aqui for considerado é única e exclusivamente a minha opinião. Considero, portanto, que a principal questão não está em o que faz um ator ser ator, e sim no que faz um artista ser artista.

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Como nós atores podemos nos tornar artistas e levar a nossa arte ao propósito a que foi colocada? Isso é uma pergunta que gera milhões de questões mais nenhuma resposta fechada, até mesmo porque, a própria arte perderia um pouco de sua beleza se fosse rotulada. Ainda assim a arte, para que seja viva, para que seja crível a quem aprecia, precisa ser viva e crível para quem a faz, por isso, existe a necessidade de nos apoiamos em algumas teorias e reflexões para se fazer compreender e sentir em nós mesmos essa arte, assim como em todas as questões humanas.
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Não acredito que conceituar as coisas e defini-las seja ruim, no sentido de que, se decidimos utilizar como forma de comunicação a escrita, a fala, temos que obrigatoriamente nomear o que vemos, o que sentimos e o que vivemos para que esta comunicação seja possível. Emitimos códigos, o que não quer dizer que temos que taxar e rotular tudo de forma genérica. Nomear não significa reduzir a beleza e a profundidade das coisas, apenas cabe a pessoa que as diz saber e ter consciência de que não precisa ser de fato vazio ou raso o que se pronuncia, o que se conceitua. A arte da reflexão está em saber considerar e adquirir posturas diante das situações, pois, ser contrário as rotulações também te rotula em algum lugar.

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Acredito fervorosamente que a arte mora nas diferenças, que as possibilidades moram nas diferenças e de pouco, (repito pouco e não nada) adianta nos atentarmos ás semelhanças que existem nas coisas se não sabemos tirar delas nada além das próprias semelhanças e não consideramos a beleza de existir nas diferenças. Claro que é importante chamar a atenção para o que no fim das contas se resume em igualdade para aqueles que insistem em negar as coisas apenas pelas suas diversidades. Ser diferente não significa negar o que não é igual. No teatro e na teoria de uma forma geral, tendemos a negar as coisas quando elas se tornam diferentes quando na verdade deveríamos pensar que tudo não passa de “mais um ponto de vista”. A tarefa é sempre acrescer e não diminuir as possibilidades. A beleza da arte está na diferença. É exatamente porque existem diferentes técnicas de pintura, que um Portinari será sempre um Portinari e um Picasso será sempre um Picasso, mesmo que estes compartilhem das mesmas telas e tintas. É exatamente porque defino teatro e dança como duas coisas diferentes que tenho a possibilidade de fazer delas uma outra coisa, de juntar, de separar, de criar uma nova coisa, e nem por isso, estou considerando que o teatro e dança são de acordo a alguém, ou a um livro, ou a um conceito generalizado. E em momento preocupo-me em definir e nomear essas diferenças preocupo-me apenas em senti-las. Nós somos capazes de sentir quando as coisas são diferentes, simplesmente sentimos, e algo tão subjetivo como sentir se torna muito concreto e às vezes até tangível.

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A limitação ao estabelecer diferenças só existe para quem quer que exista. É como se ao invés de reter-me ao fato de que tudo é no fim cor, eu me preocupasse mais em pensar que o amarelo é o amarelo e o azul é o azul, e que o verde, o verde é o que eu posso fazer quando misturo essas duas cores. Como se o verde só fosse possível porque existe o azul e o amarelo. Pensar assim, considerar a beleza do azul e do amarelo, não exclui suas possibilidades dentro de suas definições/diferenças, pois, existem infinitos tons de azul e igualmente, infinitos tons de amarelo. Da mesma forma vejo a arte, que para mim, seria a possibilidade de fazer o verde, de ser o verde em seus infinitos tons.

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Ninguém precisa se limitar aos conceitos que não são seus. Os livros estão ai para mostrar-nos os pontos de vistas das pessoas que os escreveram para que nós possamos ter mais clareza para criar o nosso próprio ponto de vista. Concordo que no mundo onde vivemos somos obrigados a tomar como verdade algumas coisas que nem ao menos são nossas, mas, isso não nos impede que por detrás da sociedade e da burocracia, realmente tomemos como base aquilo que de fato nos importa de tudo isso que recebemos como bombas de informações e verdades absolutas.

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A arte consiste em aceitar e ser aceito. A arte consiste em técnica, seja para o que for à prosposta da sua arte, e quando digo técnica, digo qualquer coisa que sirva como tal para quem age, pois a arte em minha opinião é sempre uma ação. Nada e nem ninguém me impede de usar a matemática para fazer chegar à forma de arte a que me propus a fazer, que no meu caso, é atuar. Posso atuar de sapatilhas de ponta, posso atuar usando a física. Nada me impede de fazer isso, no entanto, as pessoas costumam se impedir e por a culpa nos livros e no sistema quando na verdade, eles nunca obrigaram ninguém a realmente fazer o que deseja que não seja de coração, eles dificultam, incomodam, mas podem ser burlados no bom sentido. Normalmente, e não querendo rotular nem prender nada a uma regra, as pessoas, tomam como teoria de vida a teoria de alguém e esquecem-se de fazerem as próprias. Toda regra tem sua exceção e isso para mim esclarece tudo e acaba com qualquer certeza que se tenha tão fechada sobre a vida.

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Ser artista é utilizar o que quer que seja a favor da sua arte, e quando isso acontece, é inegável a “justeza” de seus atos. A consciência faz o artista. A reflexão faz o artista. A preocupação e o empenho em fazer o melhor perante aquilo que nós mesmos e somente nós mesmos escolhemos fazer caracteriza a natureza do artista. Um artista compartilha sua arte, e um bom artista, se importa com a forma que essa arte vai chegar ao próximo. A arte foi feita para ser apreciada, e para isso há de ser considerar o máximo de empenho em fornecer essa apreciação. Digo isso porque a arte não se resume em fazer apenas o que se tem vontade e nada mais. Ser artista é uma das coisas mais complicadas e paradoxais e difíceis em todas as suas derivações de se fazer. Arte significa respeito.

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Entregar-se ao desconhecido é preciso uma coragem extraordinariamente vital para que a arte aconteça. Ser honesto consigo mesmo e com quem divide contigo, a sua humilde e calorosa arte. É reconhecer e refletir. Refletir não porque a sociedade impõe, mas porque a sua natureza de ser humano lhe permite. Ser artista é um exercício que se trabalha em si mesmo. É a aceitação do eu e do eu no mundo através de uma ação que é capaz de transformar, não só a você mesmo, mas todo o resto, em uma proporção assustadoramente possível e necessária para que o mundo sobreviva. O mundo precisa da humildade do artista, da nobreza em ser humilde que a arte possui. Precisa do calor da arte, precisa do amor da arte, precisa de respirar os gritos de socorro e de alegria que a arte traduz do próprio mundo, dos próprios eus que habitam a terra.
Arte, ser artista é ouvir, ver e sentir o que a vida nos dá. É contar para o mundo o que vemos dele. Contar o nosso ponto de vista. Contar o que somos. E se alguém desenvolveu técnicas para alcançar a utopia dessas reflexões, que bom! Pois serão nelas que me apoiarei, serão delas que extrairei o que pode viver em mim e na minha arte. Serão delas que virão os meus melhores eus. E não me importa que sejam da dança, do teatro, da biologia, da filosofia, me importa que elas sejam, que elas desesperadamente sejam uma urgência para mim mesma e conseqüentemente para a arte que escolhi viver e fazer, para a arte que sou, pelo que sou através da arte


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domingo, 19 de junho de 2011

A gota na janela


Eu vi você através de um reflexo na manhã de ontem. Vi você invertido na gota de orvalho que escorria pelo vidro da janela. Eu via a paisagem por detrás do vidro e via a gota de dentro para fora através dele, e nela o seu reflexo invertido. Eu via a gota no vidro, via a paisagem através dele e nela eu via você. A gota ia escorrendo e eu ia vendo você sumir. Ela escorrendo e você sumindo, escorrendo e sumindo, até que ela parou de escorrer bem no ponto onde eu não podia ver você... Via agora só a gota e o vidro, o vidro e a gota, e claro, a paisagem por detrás dele...

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Fluxo contínuo de pensamentos...


Eu não sei nem por onde começar. São tantas coisas que eu não estou conseguindo, apenas não estou conseguindo. É uma tristeza tão grande e eu só fico esperando. Tem tanta coisa que eu queria dizer, mas ninguém se interessa, eu mesmo não me interesso por elas depois que eu as digo por que sempre me soa muito infantil e idiota. Eu tenho raiva de mim essa é a verdade maior, eu não odeio ninguém somente a mim mesmo.
Eu sou mesmo idiota não gosto de nada que eu faço pareço sempre estúpida!
Queria falar tudo, tudo. Mas você me faz tanto mal, mas tanto mal. Eu não entendo. To cansada tão cansada!
Pelo menos eu vou escrever o que eu queria falar! Esse direito ninguém me tirou ainda...
Não acho que sou uma pessoa limitada, não sou. Só porque eu divido dança e teatro não significa que eu excluo o resto, muito pelo contrario, a possibilidade mora na diferença. É porque eu sei que tem o azul e o amarelo que eu posso criar o verde. Eu nunca disse que eu peguei um conceito de um livro e me fechei pro resto do mundo.
É porque eu separo N coisas como teatro e N coisas como dança é que eu sou a artista que eu sou e faço o que eu faço, e não sou uma atriz ruim, por mais que eu queira me dizer isso sempre.
Se você diz que é tudo igual pra mim isso é limitar as coisas, é reduzir as possibilidades.
Dois irmãos gêmeos podem ter 99 coisas idênticas, mas o que os faz ser quem são é justamente a diferença. A alma
É porque eu considero essa diferença que eu tenho propriedade pra dizer que o meu trabalho não é nenhuma das duas coisas.
Eu acredito apenas no justo e não justo.
Ser artista é questionar a sua arte
Ser humano e se questionar o tempo todo.
Você já pensou que divide a porra do mundo com Sete bilhões de pessoas? Você divide por mais que seja solitário.
Eis a grande dificuldade da vida: como um ser humano pode ser tão solitário e ao mesmo ter que dividir o mundo com mais sete bilhões de solidões?!
Concordo que a gente escolhe com quem se relaciona afetivamente, mas não é só porque eu não sei o nome, nunca toquei na moça da padaria que eu não tenho que respeitar a sua individualidade. E não é porque a sociedade me diz isso, é porque eu como ser humano sei a dor de existir e reflito sobre não invadir a dor de existir do outro.
O que nos difere dos demais animais é a capacidade de reflexão. Se eu faço só o que eu quero não estou sendo humano... Aliás, ser humano virou um constrangimento segundo Clarice e eu concordo.
Eu queria tanto entrar em coma. Queria mesmo... E essa vontade me dá medo. Eu queria não ter que me relacionar com as pessoas, queria não ter que existir por um tempo, pra não ter que me decepcionar, pra não ter que ver e sentir as pessoas indo embora, pra não ver a merda do mundo aumentar. Daí depois eu queria acordar, depois de muito tempo, pra ver se ainda valia a pena viver.
Tenho dificuldade de aceitar perdas, sou submissa, sou idiota, não gosto que me humilhem, sou sistemática, tenho milhões de defeitos, tenho medo das pessoas não me amarem, eu sempre quero que as pessoas me amem, sou insegura.
Eu tenho medo de ter coragem, não quero me matar, mas tenho tanto medo da possibilidade de ter coragem pra isso um dia que esta coisa se torna mais possível a cada dia. Não quero ter que fazer isso, mas o medo é muito grande, tenho medo dos castigos, tenho medo das sensações, mas ainda assim, eu a desejo todos os dias, eu fico esperando ela, tenho medo de assumir isso, tenho medo que ela venha mesmo, mas ainda assim continuo desejando morrer. Desejo morrer por ter medo de desejar morrer, mas a verdade é essa, eu espero a morte todos os dias, se me perguntarem por que durmo tanto, é justamente pra isso, pra ver se o tempo passa mais rápido, pra ver se o fim chega logo. Quero que ele chegue. Eu preciso que ele chegue.

Ah meu deus, eu to desesperada, sempre cansada, e a sua presença acaba com a minha vida. Ta me destruindo, eu tinha que ter coragem pra nunca mais olhar pra você... Mas eu não tenho, desejo que você tenha por mim... A verdade é que nunca quero ter que tomar decisões, eu desejo que a vida tome essa decisão pra mim e me deixe morrer... Tenho medo da forma, de desejar e ela realmente vir... Mas eu ainda desejo...
É engraçado né... Eu acho que não odeio ninguém nem essa pessoa que me faz mal... Eu odeio só a mim... E amava a minha prima mais do que a mim mesma... Sim eu já amei mais do que a mim mesma... É não é saudável... Mas eu busco a doença...
É tão difícil viver que virou questão de honra...
Sempre acho que as pessoas não acreditam em mim... Que estão rindo de mim o tempo todo... Que não gostam de mim... Que eu incomodo... Que eu sou chata... Que sou burra... Complexo de inferioridade... Tenho necessidade de elogios... Não confio em mim... Nem no meu trabalho... Sinto-me humilhada...
Ninguém disse que ia ser fácil... To sem propósito... Perdi o gosto pela vida... Nada mais me interessa...
Desilusão... To só esperando... Como a Julianne more... No filme as horas...
To sem forças. Sem vontades... To desperdiçando o tempo... Não sei aproveitar... Não consigo começar nada que eu preciso... Não tenho dinheiro, mas não quero trabalhar... Não quero ler. Não quero nada.

Não consigo começar nada... Estagnei... E não vou morrer tão cedo... Eis a loucura em mim... Já que eu não vou me matar mesmo... Devia estar aproveitando e resolvendo o resto da vida... Mas não to fazendo isso... To desperdiçando ela... Enquanto todo mundo corre atrás eu parei... Não queria ter parado, mas não faço nada pra sair disso... De novo to esperando alguém arrumar uma solução... Esperando alguém me salvar...

Esse plano não vai dar certo... To confusa... Não sou nada do que eu quero, e nem vou ser... Joguei fora a chance... Não quero mais ter que ver você...
Sai da minha vida... Você ta matando ela... Você me odeia... Eu não acredito no seu amor... A gente nunca vai ficar bem... E sim, eu sei que tenho tendências ao esquisofrenismo, que eu imagino situações que nunca existiram, mas ainda assim, não quero você perto desse jeito.
Odeio ser pobre... Odeio... Fico viajando num mundo que eu criei na minha cabeça... E às vezes eu me decepciono por não superar as expectativas que eu mesma criei em mim e nos outros... Vivo pensando no que vou dizer... Brigando com pessoas imaginarias... E quando realmente falo... Sai tudo uma merda... Fico imaginando as situações... Isso me consome...
Não consigo dormir... Não da mais pra respirar... To me destruindo aos poucos...
Você é um idiota, vai sentir repulsa da sua mãe! Ou do seu orgulho, às vezes pode ser mais produtivo...
Não queria ter que desistir... Eu provoco a minha doença... Eu não quero sair dela... Não vejo razão de existir na felicidade...
Eu desejo me machucar... Morrer... Ficar triste... Sofrer... Eu provoco... Eu desejo... E o mundo me atende... Esta me atendendo... E quando atende, eu ao gosto.... Sofro mais... A minha felicidade dura pouco... É vazia... Não consigo me imaginar só feliz... É a única explicação para a real situação na qual me encontro
Quando eu sinto a dor eu sinto uma vida enorme dentro de mim... Quando eu sofro... Sinto não estando aqui e nem para os outros... Tenho necessidade de pessoas... Preciso delas... Odeio que tenham dó de mim... Mas quero sempre a demonstração do amor.
Eu compro as pessoas... Eu sinto isso... Que ninguém me ama simplesmente por eu ser o que eu sou... Eu compro todo mundo... Dou presentes... Vendo-me... Vendo-me por um simples te adoro... É triste a realidade... Mas é assim...
To perdida... Não quero me encontrar... Alguém me encontra... Por favor...
Eu não aceito os fatos... Não aceito...

Já deixei de viver a muito tempo

Tenho preguiça de existir... De ser... Talvez por isso ache que as pessoas sempre me vêem assim...

Existir é difícil... Ter responsabilidades... Responder por aquilo que faz ou diz... Eu quero mudar... Mas não sei por onde começar... Ninguém sabe... E nem vai saber pra mim... To confusa...

Imaginei uma cena linda na minha cabeça... Mas quando fui fazer, ela pareceu tão ridícula... Eu não dei conta de fazer... A idéia era minha... E eu não dei conta de fazer...
Admiro demais as pessoas quando deveria admirar a mim mesmo
Queria de repente acordar e estar com 80 anos... Prestes a morrer... Não queria ter que sentir o peso da vida. Não queria ver a minha vida passar porque a impressão é que ela nunca passa ao mesmo tempo em que já se foi há muito tempo...


Eu não sou nada aos 20 anos e pelo andar das coisas não serei o resto da vida... Tenho que sair disso... Preciso... To confusa

Sou paranóica... Acho um monte de coisas... Acho q já fui abusada sexualmente... A paranóia da vez é essa... Tenho problemas pra me concentrar... Acho q sou esquizofrênica... Tenho muitos problemas...

Tenho um EU dentro de mim que me irrita... Diz coisas ruins... Conversa comigo o tempo todo... Não me deixa viver... Critica-me. Ri de mim... Não queria contar isso pra ninguém...
Tenho vontade de sumir. E não de morrer... Às vezes acho que vou explodir. Enlouquecer...

Eu sempre imagino ahhh depois eu faço... Ahhh um dia eu vou acordar e não vou mais sentir isso... Mas esse dia nunca chega... E nunca vai chegar...
Ai. Eu não sei o que eu faço... Quero parar de comer...
Não quero migalhas de amor... Eu to desistindo... To cansada... É o que me define no momento. Nunca vivi direito pra estar tão cansada da vida, mas estou... A verdade é que estou...

Minha angustia é tão profunda que não sei dizer nada sobre ela... Ela tem uma vida tão inegável dentro de mim...
Acho que a dor nunca vai me abandonar...
Ninguém disse que a vida tem que fazer sentido... Mas eu necessito desse sentido pra poder vivê-la...
Completamente paranóica
Medo de ir ao encontro do que não quero, mas desejo de alguma forma... E isso. Eu não quero morrer... Eu quero sumir estando por perto sem ser ignorada... Complexo... Eu quero que passe rápido
Ansiedade
De vida
De morte
Essa falta de coragem pra falar o que eu penso ainda vai me dar um câncer... Não quero isso
Tenho outra vida de coisas que não foram ditas dentro de mim... Coisas que eu mesmo criei nas minhas imaginações e discussões comigo mesmo...
Uma vontade louca de desabafar sempre... De ser ouvida... Realmente ouvida...
Sinto que nunca sou ouvida realmente... E nunca consigo falar aquilo que quero dizer e acabo piorando as coisas...
Quando me deparo com pessoas que me humilham... Que me fazem de boneco... Que não acreditam em mim... Eu desmorono.
Sou influenciada pelas pessoas porque não sei o que quero...
To escrevendo tudo isso por um motivo que ainda não sei... Talvez seja um pedido de socorro... Um desabafo...
Queria não ter medo... Mas tenho tantos...
O mundo passa pela minha cabeça todos os dias...
Não sei usar palavras bonitas pra dizer o que eu preciso
Não to entendendo a vida...
Não da só pra sentir? Não, não da....
A capacidade de reflexão é um inferno!
Tenho medo de sair do controle... Tenho medo de me descontrolar... Porque tenho medo de nunca mais voltar... Se eu sair do controle eu não volto mais... Eu sei disso... Tenho certeza. Por isso não bebo... Não fumo... Não uso drogas...
Eu vou me entregar completamente ao descontrole... Pois não consigo sentir mais ou menos... Eu sinto tudo de tem pra sentir de uma vez.
Porque sempre essa sensação de que esqueci alguma coisa que aconteceu comigo... Porque sempre essa sensação de mistério sobre a minha própria vida vivida... Sensação de estar me escondendo algo sempre...
A idéia de não saber o que se passa comigo é horrível
Odiei o hospital... A cirurgia me perturbou... Você dorme e não se lembra de nada que aconteceu com você... Tocaram-te... Cortaram-te e você não lembra... Não sabe que sentiu... Ou sabe? Esse sentimento de invasão me mata... Fui invadida várias vezes...
Tenho medo de dormir... Não consigo dormir... Eu quero dormir... Mas não quero ter que não saber quando foi...

Dormir é isso... Num momento você ainda pensa... E quando pensa de novo... Já é outro dia... Fico tentando perceber o momento em que durmo... Ai, não consigo dormir... E quando acho que não vou mesmo conseguir dormir... Eu acordo no outro dia...
Sem saber o que se passou nas 12 horas em que estive fora de mim...
Perturbação que não passa.
Sentir a energia das outras pessoas me consome... Rouba a minha... Eu me afeto por elas... Sinto-me invadindo a outra pessoa... Queria não poder fazer isso... Nunca sei o limite de desvendar uma pessoa... Não tenho o direito de invadir o que ela tem de mais individual...
Sim eu sinto a energia das pessoas... De forma primitiva ainda... Não tive coragem de desenvolver mais esse dom porque acho que não é justo com quem não pode fazer... E nem deve poder... Ninguém pode...
Sinto coisas... Converso comigo mesmo... Tenho intuições...

E me desespera ler coisas de quem se assemelha a mim... Pois vejo que estou caminhando numa direção q quero fugir... Mas desejo... As semelhança s me assustam... São enormes...
E a loucura que não me deixa
Não consigo resolver-me sobre as minhas próprias questões quem dirá as do mundo...
Vou surtar... Não suporto
Quero ficar doente... Acabar logo... Mas tenho medo. Não quero, mas desejo... Queria não desejar. Mas desejo... Temo ser ouvida
Não sei no que acreditar. Tenho medo... Não sei no que acreditar. No que seguir. São muitas coisas
Tenho medo de estar no caminho errado
Fui deixada de lado... Como sempre...
Precisava gastar uma energia. Não gastei... Triste... Não produzi. Fiquei pra trás... Ninguém quis a minha presença...
Se confrontar com você mesmo todos os dias pela manha...
Quem se importa...?
Quem?
Socorro
Cortei o pulso porque tinha medo tivesse coragem pra fazê-lo... Era tanto o medo de poder cortá-lo um dia que acabei cortando... De certa forma descobri que não tenho coragem de acabar com a minha vida... Ou... Na realidade... Acabei não descobrindo nada... Ou pior... Descobrindo que o medo pode te levar ao que se teme...
Não quis contar pra ninguém. Alias. A única. Única pessoa que contei... Arrependi-me... As outras pessoas que souberam, descobriram... Ou foram avisadas... Não sei... O fato é que não queria aparecer... Nem contar pra ninguém... Só queria não ter mais medo da possibilidade... E fiz... Contei... Dividi com alguém que não valorizou o tamanho do meu ato... Nunca quis que as pessoas soubessem... Elas descobriram... Da minha boca. Dos meus dedos... A verdade só saiu pra uma única pessoa. Justamente a que me faz mais mal
Odeio a sensação de estarem escondendo algo de mim... Odeio a sensação de ser a única a não saber... Odeio tudo que eu não posso controlar... A questão é que não controlo nada...
Eu desejo dormir e nunca mais acordar... Eu não desejo morrer porque quero sentir a falta que eu faço... Quero ver a dor da minha perda... Quero ver as pessoas se importando... E isso não é possível... Eu nunca saberei... Por isso não quero morrer... Quero sumir...

O vazio de ser amado parece não ter fim... Não se passa... Ponho a expectativa em alguma coisa ou em alguém e no seu amor... Mas quando ganho... O vazio continua ali...
Odeio ser passada pra trás... Odeio fazer papel de boba... Odeio ser excluída... Odeio o sentimento de exclusão... Odeio sentir quando não sou bem vinda... Odeio sentir que não pertenço a nada e nem a ninguém...
Eu queria sair daqui, mas queria estar por perto pra sentir a minha falta. Como uma câmera... Eu mesma sentir a minha falta... E sentir a falta que eu faço. Queria ver... Sentir... Participar de tudo. De todas as conversas... Saber sempre sobre o que falam de mim...

De novo a necessidade de saber o que pensam de mim
Necessidade de agradar as pessoas. De ver elas felizes comigo... Um ser humano deprimente...
Deprimente...
Não quero que ninguém cuide de mim... Quero ser amada só isso
Eu faço de tudo pra dar as pessoas o que elas precisam... Porque não podem me dar o que eu preciso... Pra viver... De Amor
De elogios
De paciência
Solidão eterna
Isso não é um ato corajoso, isto é um pedido de socorro
Sem necessidade de ser poética...