quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Pra ela




Laço selado pelo sangue. Amor independente de qualquer ato genético.

Não há no mundo nenhuma definição de amor melhor do que a que eu sinto por você. Meu porto, seguro, vivo. Fomos e somos ligadas de outras vidas. Nem sei como eu consegui esperar um ano e quatro meses até você voltar a viver junto de mim outra vez!

Sempre fez o meu papel, o da irmã mais velha, me aconselhando, brigando comigo, cuidando de mim, me produzindo, me amando... e nada que eu disser aqui será capaz de traduzir o quão grande e nobre é meu sentimento por ti. Nenhuma palavra tem esse poder, tudo parece simplório demais, raso demais diante de todo o amor que vive dentro de mim. Por isso sou melhor em senti-lo. O sinto todos os dias, todas as horas, com uma força tão grande e tão leve que faz meu coração pular e os olhos tremerem. Por mais que eu expresse o meu amor ele ainda continua inteiro por dentro, não gasta, não acaba. É uma raiz profunda que se plantou em mim.

Lembra de todas as vezes que você não podia estar junto comigo? Da vez que você quase não foi pro aniversário da Thaís e eu chorei até você chegar? Da vez que você “sumiu” na oficina de carnaval no Helena Guerra e eu chorei até você aparecer, pus todo mundo atrás de você? Ou de todas as vezes que se machucou e eu chorei desesperada?
Então... Era amor. Um amor tão grande, tão simples, amor de irmão.

Não eu não brigo com a minha irmã! Vivo repetindo isso pras pessoas e todas elas ficam com a mesma cara de espanto! Porque eu brigaria com alguém tão importante na minha vida? Porque eu não amaria quem me ama tanto? Porque não ser amiga de uma irmã?

Adoro tudo em você, até seus defeitos mais irritantes, porque eles fazem parte do que você é e do que representa. Sinto que sem você tudo me faltaria.
Além de irmã, um ser humano incrível, doce e alegre, com uma vontade de viver e uma coragem de enfrentar a vida que contagia tudo, todos, a mim. Muitas vezes o que me tirou do fundo do poço foram seus abraços, sua vontade de me ter por perto, seu amor incondicional.

Diante disso eu só posso desejar que tudo seja igualmente lindo e doce na sua vida! Que as melhores pessoas e os melhores momentos de acompanhem. Desejo do fundo da alma que sejas tão feliz quanto me faz feliz. Que a vida seja bela como tu és, que o mundo te conforte como me conforta, e que todo o resto seja amor assim como nos amamos!

O que seria de mim sem seu amor? O que seria de nós?

Estou com saudades de tudo. Da gente rindo, de você dançando pra mim, de você brigando comigo, até da sua chatice eu estou com saudades! Saudade do seu toque, do seu cheiro...
Mas de alguma forma ainda sinto que estamos ligadas, que não nos abandonamos pela distância. Está sempre nos meus pensamentos, no meu coração, nas minhas orações...

Não há um dia em que eu não pense em você, não há lugar que eu vá que não queira sua presença, não há acontecimento que eu queira te privar de dividir.
Amo, de um jeito tão bonito, de um jeito tão saudável, amor eterno, puro, renovado a cada olhar.


Não vejo à hora de sentir seus braços de novo!


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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Menos e mais...




A campanhia toca, escuto o portão abrir. É ela, só preciso de um som pra confirmar as batidas aceleradas do coração. Escuto sua voz (ainda escutei durante muito tempo). Sim é ela, paro tudo, saio correndo com o coração tentando acompanhar a velocidade dos pés. Euforia no último grau. Quando os olhos confirmavam toda a certeza que batia no peito de que você tinha chegado, os lábios logo reagiam com uma enorme satisfação estampada. Lembro da sensação como se fosse hoje... Era tão bom ver você chegar, sentar no sofá e sorrir pra mim! Prestava atenção em todos os seus movimentos, nas suas expressões, nas olhadas que se dirigiam a mim. Compartilhávamos falas interas pelo toque, pelos olhos, pelo cheiro. Meu porto. Seguro. Doido. Doído. E não importava quantas vezes você batesse á porta, em todas elas o coração batia forte e tudo começava de novo.

Às vezes não existe uma explicação pra se gostar de alguém. Na verdade, gostar não tem uma explicação, amar não é algo que se explique. Foi feito pra sentir. E era isso que eu sentia, sinto. Mas era e é um amor diferente. Um amor que faz questão de existir, de ser lembrado toda vez que te encontrava. Como se ele sempre batesse forte no peito pra lembrar que estava ali, vivo, fervendo, querendo sair e ser retribuído.

E simples assim!  Apenas gostar e gostar mais... Ainda que fosse pesado, contrariado pelo amor próprio. Por muito tempo nocivo, mas muito bem entendido depois de uns anos... Enraizado, mudado, amadurecido, mas ainda assim, vivo, borbulhando de precipitações, palpitações no peito...

Difícil não se perguntar os “por quês”. Por alguma razão a gente perde as coisas que mais ama. (Até pecado chamar de coisa). Por alguma razão nos é tirado tudo. Por alguma razão você se foi. Não me interessa saber os motivos, me interessa o que ficou: vazio. Um desejo. Ta sobrando, to sem força pra aparar as sobras... Amor que se esfrega no meu rosto lembrando que ainda está ali com a mesma vivacidade. Ele continua intacto, desesperado, se distorcendo em outras pessoas.

Durante muito tempo eu ainda ouvia você pela casa, ainda guardava os melhores segredos pra te contar. Ria um riso sem graça pra mim mesma quando percebia que não era sua voz que eu escutava, mas o choro do meu coração.
Ainda assim acredito no amor, ainda assim repeti as batidas borbulhantes, de uma forma doida e cruel, comigo. Com o próprio.
Parece insano sentir algo assim por alguém, sentir uma paixão pura, pura por simplesmente ser, sem teor erótico ou sexual, apenas... isso. E o problema não está em sentir essa palpitação que grita em maiúsculas que está ali, a parte ruim é sufocar um outro amor que existe dentro da gente, o amor próprio. No fim é tudo uma coisa só porque a dor não se divide nem faz o coração entender de quem é a culpa.

A culpa é minha, não do amor, não do sentimento, não da vivacidade das coisas. A beleza de simplesmente amar sem ter que ter um segundo nome pra isso, pai, mãe, tia, irmão, amigo, homem, mulher. Nada que justifique, porque esses nomes não são um complemento, são uma bengala. É de coração para coração. Alma pra alma, mesmo que da outra parte não seja tão puro assim. Apenas sei que preciso aprender a amar doendo menos, me importando menos, justamente para que eu ame mais. Para que me amem mais.

Acho que eu preferiria resolver equações de matemática...

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

A capacidade de

A impressão que tenho é que vivo os anos que ainda não tenho. Como se a sabedoria perturbada da velhice me acompanhasse nesse corpo de menina frágil.

Uma pureza de espírito que é impedida pela limitação da matéria, do corpo, da vida como ser, Humano.
É como se na minha cabeça eu já soubesse todas as maravilhas e possibilidades de voar, enquanto meu corpo ainda permanecesse caminhando e caminhando sem mensuras dos riscos do vôo.

Toda essa inerte contradição chega a impedir que toda essa reflexão se torne compartilhada. Como explicar um raciocínio tão rápido quando se tem uma língua que não consegue falar? Isso gera incompreensão, confusão e recortes de pensamentos para aqueles que atentamente ouvem e conseguem equilibrar o corpo e a mente.

Angústia, como se já soubesse somar e subtrair quando todos ainda estão descobrindo os números e  eu tentasse desesperadamente ensiná-los, mas fosse muda. Aos olhos de todos é como se eu nada soubesse.
Ainda não sei como agir, como falar, ensinar.

Quanto mais eu reflito menos sou capaz de agir. Mais sabedoria, mais assustador parece a vida.
Acredito que por isso insisto na arte. Expressão, corpo em movimento.
Arte que me permita dizer, sentir.
Precisando fazer arte...

domingo, 31 de julho de 2011

Os dias...





Dias de ceticismo.
Puro temor, crises intermináveis de consciência. Dias de horror, dias de compaixão. Entre um e outro nenhuma pausa...Momentos de loucura,desespero, a incerteza ronda os bons sonos,a angústia substitui o ar que antes mantinha vivo o corpo.É um desejo de sentido que toma ,uma prece.


Instantes de alegria...
Euforia,liberdade!
Efêmeras.
O tempo suficiente da ilusão.



De todos
Esses,
os dias de completa inexpressão de vida,
são os piores.

São dias de nada, onde nenhuma solução existe, nenhuma luz no fim do túnel, nem os piores sentimentos assolam a mente e o corpo. São os mais pavorosos dias que se pode viver, ou existir, ou sobreviver.
Depois, quando se volta de qualquer que seja esse lugar do nada, os dias de temor não parecem tão ruins, pois o temor te leva a crer. Os dias de consciência não são tão longos porque fazem você ter esperança.
Os dias de horror fazem você querer a beleza- não a beleza do sistema, mas a beleza das coisas- as simples. Compaixão diz á você que nem tudo está perdido. A loucura trás a realidade, a incerteza move o mundo e te faz vivo. A angústia só existe em quem é bom. A alegria precisa da tristeza, a liberdade da repressão.

E o desejo, o desejo é o desejo.

Somente os dias de inexpressão são realmente perigosos. Nem vida nem morte. Perder o medo se torna terrivelmente desastroso. São dias em que não se espera, não se respira, não se revolta, não se alegra, não se vive, nem o medo de viver ou morrer pode salvar o que restou.

Dias em que se perde o medo das picadas de abelhas.







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